Discurso final que
antecedeu a bênção de dedicação da abertura de terra do Templo de Lisboa
Eu
creio que seja apropriado iniciar o meu pensamento num dia como este de hoje
com uma expressão de gratidão. Uma expressão de gratidão pelo dia em si, por
este lindo dia, neste lindo local, num país que foi tão abençoado.
Eu
quero dar graças por vocês, pela vossa fé, pela vossa dedicação, pela vossa
devoção.
Damos
as boas vindas e reconhecemos os nossos amigos aqui presentes hoje, a quem
amamos e por quem estamos gratos. Reconhecemos que nenhum de nós vive aqui
nesta faze mortal da nossa existência sozinhos, que estamos juntos, que
aprendemos a amar-nos uns aos outros e aprendemos a abençoar as comunidades em
que vivemos inseridos e reconhecemos que nenhum de nós somos ilhas e que
trabalhamos sozinhos.
Dou
graças por aquela música e pela forma como foi expressa.
Grato
pelos sentimentos e pensamentos que foram aqui compartilhados pelos anos de fé
que representam. Eu sinto muito fortemente hoje que estou aqui perante vós a
beber água de um poço que não cavei.
Eu
estou aqui hoje, convosco, para abrir a terra como símbolo de um novo início,
representando 40 anos de fé e de devoção e de muitas formas nós bebemos, todos
nós, de poços que não cavamos, mas num dia como hoje, como já fomos convidados,
nós podemos juntar-nos em ação, podemos determinar que vamos viver uma vida
melhor, que vamos viver uma vida mais digna, que vamos ser mais bondosos como
vizinhos, mais fieis, melhores, mais verdadeiros às nossas crenças, mais
amorosos, mais pacientes, mais fortes.
Estou
consciente de que estamos aqui numa cidade, hoje, em que muito raramente entre
as cidades neste mundo é uma cidade que é observada por uma estátua de Jesus
Cristo, é algo muito raro, e tudo isso que simboliza, a história que representa
para este país, as possibilidades do futuro que isto representa.
E
agora aqui estamos nós, na alvorada da construção de mais um edifício sagrado
que vai ser ereto como símbolo de um povo fiel, que vai estar nesta cidade como
lembrete de que ainda existem pessoas de fé e o papel que a fé tem neste mundo
tão frequentemente perturbado.
Os
templos, para os membros da Igreja, lembram-nos que nós vivemos numa terra que
não aconteceu por acaso, que não somente aconteceu por acidente cósmico, mas
que de facto este mundo foi criado e que o nosso papel aqui foi previsto, e que
o nosso papel aqui, como famílias, foi previsto, e que nós podemos estar juntos
como famílias para sempre.
Ao
construirmos templos nós reconhecemos que pelo mundo fora temos mais do que 20
000 capelas, mas os templos são muito mais raros. Hoje em dia existem 148
templos em operação e este adicionará a esse número assim como os outros em
construção, mas estamos em crer que acreditamos que eles trazem bênçãos às
terras e nações e comunidades e países e aos povos que residem nesses países, e
acreditamos que este templo fará o mesmo.
Nós
temos a tendência em olhar retrospetivamente e eu penso mais uma vez no
conceito de estar junto a um poço que não cavei e penso nos muitos que cavaram
e que já há muitos anos tem cavado, há tantos que nós podemos nomear aqui, mas
eu penso sobre Elder Hillan, por exemplo, que tocou a vida de tantos de nós,
lembro do Elder José Teixeira, mais recentemente, que tocou tantas vidas
também, penso neles, penso nas suas famílias, penso nas suas esposas, nas suas
famílias e penso nos muitos outros que eles representam.
Nós
temos a tendência para olhar em retrospetiva na história e pensar que aqueles
foram dias fantásticos, temos a tendência em olhar para o passado e reconhecer
que esta foi uma nação que estava durante centenas de anos a acrescentar às
fronteiras do entendimento, a criar mapas do mundo a descobrir e eu também
venho de um país que pode olhar para a nossa história gloriosa e rica, mas há
um perigo para que todos nós de que olhamos para trás e pensamos que aqueles
dias foram dias áureos e não olhamos para a frente, reconhecendo que podemos
ter dias muito melhores à nossa frente.
Na
fé nós fazemos o mesmo. Como uma Igreja muitos de nós, muitos dos nossos
jovens, serviram missões e existe o risco de que olharão em retrospetiva e
dirão que estes foram os dias áureos da minha vida quando servi a minha missão.
Como nação, nós podemos olhar e pensar que esses foram os dias áureos, quer
pensemos no Estado, ou no estado de nossa fé, precisamos de olhar avante.
E
ligarmo-nos para que tenhamos um grande futuro, para que os nossos filhos
tenham um grande futuro, para os nossos netos e seus filhos tenham um grande futuro,
em segurança numa terra que olha para a frente, numa fé que olha para a frente
assim como para trás, uma fé que acredita num grande futuro, uma fé que
acredita como nós que o nosso Salvador vai voltar, trazendo paz e glória quando
voltar.
Eu
dou graças por podermos viver em liberdade. Que existem aqueles que lutam pela
liberdade da fé e que muitos coexistem. Eu dou graças por este lindo dia, neste
lindo local. Eu dou graças por estar entre amigos, entre irmãos e irmãs desta
família eterna de que somos parte.
Uma
referência nas Escrituras que gostaria de compartilhar convosco que sumariza
aquilo que é possível quando as pessoas agem em fé, acontece numa altura no
Livro de Mórmon em que o Salvador já tinha visitado as outras ovelhas, ensinou-as,
ministrou a elas, e abençoou-as deixando-as numa condição de fé fortalecida e
de entendimento de quem eles são e diz em 4º Néfi, no 15º versículo:
“E
aconteceu que não havia contendas na Terra em virtude do amor a Deus que
existia no coração do povo. E não havia invejas, nem disputas, nem tumultos,
nem libertinagens, nem mentiras, nem assassinatos, nem qualquer espécie de
lascívia e certamente não poderia haver povo mais feliz entre todos os povos
criados pela mão de Deus.
Não
havia ladrões, nem assassinos, nem havia Lamanitas, nem qualquer espécie de
itas, mas eram um, os filhos de Cristo e herdeiros do reino de Deus.
Esta
é uma fotografia do que pode suceder quando nós vivemos com mais fé, com mais bondade,
quando somos melhores vizinhos, mais fieis mais serenos, mais abençoados pelas
nossas crenças, aconteceu então e pode voltar a acontecer e eu sei que pode
voltar a acontecer quando vivemos de acordo com preceitos porque fomos
ensinados.
É
o meu privilégio agora de oferecer uma oração e uma bênção de dedicação, neste
momento de abertura de terra, no lugar do Presidente Monson, da Primeira
Presidência e do Quorum dos Doze Apóstolos que enviam o seu amor e a sua bênção
sobre todos os que aqui estão e eu vou agora oferecer essa oração.
Elder
Patrick Kearon
Presidente
da Área Europa de AIJCSUD
Notas:
Discurso proferido em língua inglesa, no sábado 5 de Dezembro de 2015, no Parque das Nações, em Lisboa.
Para os que estavam a assistir em direto no local do evento, coube a um intérprete local fazer a tradução para português.
Para os que escutavam e ouviam via internet e televisão satélite, a voz do intérprete era a de Luís Câmara Manoel, o setubalense que a partir de Salt Lake City, é responsável pela equipa de interpretação para a europeia língua portuguesa.
Em poucos segundos o sinal de fibra ótica ia de Lisboa a Salt Lake City e retornava para os recetores de todo o mundo.
A passagem do audio para atual texto escrito é de minha responsabilidade.
Rui Canas Gaspar