segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Discurso final que antecedeu a bênção de dedicação da abertura de terra do Templo de Lisboa

Eu creio que seja apropriado iniciar o meu pensamento num dia como este de hoje com uma expressão de gratidão. Uma expressão de gratidão pelo dia em si, por este lindo dia, neste lindo local, num país que foi tão abençoado.
Eu quero dar graças por vocês, pela vossa fé, pela vossa dedicação, pela vossa devoção.

Damos as boas vindas e reconhecemos os nossos amigos aqui presentes hoje, a quem amamos e por quem estamos gratos. Reconhecemos que nenhum de nós vive aqui nesta faze mortal da nossa existência sozinhos, que estamos juntos, que aprendemos a amar-nos uns aos outros e aprendemos a abençoar as comunidades em que vivemos inseridos e reconhecemos que nenhum de nós somos ilhas e que trabalhamos sozinhos.

Dou graças por aquela música e pela forma como foi expressa. 

Grato pelos sentimentos e pensamentos que foram aqui compartilhados pelos anos de fé que representam. Eu sinto muito fortemente hoje que estou aqui perante vós a beber água de um poço que não cavei.

Eu estou aqui hoje, convosco, para abrir a terra como símbolo de um novo início, representando 40 anos de fé e de devoção e de muitas formas nós bebemos, todos nós, de poços que não cavamos, mas num dia como hoje, como já fomos convidados, nós podemos juntar-nos em ação, podemos determinar que vamos viver uma vida melhor, que vamos viver uma vida mais digna, que vamos ser mais bondosos como vizinhos, mais fieis, melhores, mais verdadeiros às nossas crenças, mais amorosos, mais pacientes, mais fortes.

Estou consciente de que estamos aqui numa cidade, hoje, em que muito raramente entre as cidades neste mundo é uma cidade que é observada por uma estátua de Jesus Cristo, é algo muito raro, e tudo isso que simboliza, a história que representa para este país, as possibilidades do futuro que isto representa.

E agora aqui estamos nós, na alvorada da construção de mais um edifício sagrado que vai ser ereto como símbolo de um povo fiel, que vai estar nesta cidade como lembrete de que ainda existem pessoas de fé e o papel que a fé tem neste mundo tão frequentemente perturbado.

Os templos, para os membros da Igreja, lembram-nos que nós vivemos numa terra que não aconteceu por acaso, que não somente aconteceu por acidente cósmico, mas que de facto este mundo foi criado e que o nosso papel aqui foi previsto, e que o nosso papel aqui, como famílias, foi previsto, e que nós podemos estar juntos como famílias para sempre.

Ao construirmos templos nós reconhecemos que pelo mundo fora temos mais do que 20 000 capelas, mas os templos são muito mais raros. Hoje em dia existem 148 templos em operação e este adicionará a esse número assim como os outros em construção, mas estamos em crer que acreditamos que eles trazem bênçãos às terras e nações e comunidades e países e aos povos que residem nesses países, e acreditamos que este templo fará o mesmo.

Nós temos a tendência em olhar retrospetivamente e eu penso mais uma vez no conceito de estar junto a um poço que não cavei e penso nos muitos que cavaram e que já há muitos anos tem cavado, há tantos que nós podemos nomear aqui, mas eu penso sobre Elder Hillan, por exemplo, que tocou a vida de tantos de nós, lembro do Elder José Teixeira, mais recentemente, que tocou tantas vidas também, penso neles, penso nas suas famílias, penso nas suas esposas, nas suas famílias e penso nos muitos outros que eles representam.

Nós temos a tendência para olhar em retrospetiva na história e pensar que aqueles foram dias fantásticos, temos a tendência em olhar para o passado e reconhecer que esta foi uma nação que estava durante centenas de anos a acrescentar às fronteiras do entendimento, a criar mapas do mundo a descobrir e eu também venho de um país que pode olhar para a nossa história gloriosa e rica, mas há um perigo para que todos nós de que olhamos para trás e pensamos que aqueles dias foram dias áureos e não olhamos para a frente, reconhecendo que podemos ter dias muito melhores à nossa frente.

Na fé nós fazemos o mesmo. Como uma Igreja muitos de nós, muitos dos nossos jovens, serviram missões e existe o risco de que olharão em retrospetiva e dirão que estes foram os dias áureos da minha vida quando servi a minha missão. Como nação, nós podemos olhar e pensar que esses foram os dias áureos, quer pensemos no Estado, ou no estado de nossa fé, precisamos de olhar avante.

E ligarmo-nos para que tenhamos um grande futuro, para que os nossos filhos tenham um grande futuro, para os nossos netos e seus filhos tenham um grande futuro, em segurança numa terra que olha para a frente, numa fé que olha para a frente assim como para trás, uma fé que acredita num grande futuro, uma fé que acredita como nós que o nosso Salvador vai voltar, trazendo paz e glória quando voltar.

Eu dou graças por podermos viver em liberdade. Que existem aqueles que lutam pela liberdade da fé e que muitos coexistem. Eu dou graças por este lindo dia, neste lindo local. Eu dou graças por estar entre amigos, entre irmãos e irmãs desta família eterna de que somos parte.

Uma referência nas Escrituras que gostaria de compartilhar convosco que sumariza aquilo que é possível quando as pessoas agem em fé, acontece numa altura no Livro de Mórmon em que o Salvador já tinha visitado as outras ovelhas, ensinou-as, ministrou a elas, e abençoou-as deixando-as numa condição de fé fortalecida e de entendimento de quem eles são e diz em 4º Néfi, no 15º versículo:

“E aconteceu que não havia contendas na Terra em virtude do amor a Deus que existia no coração do povo. E não havia invejas, nem disputas, nem tumultos, nem libertinagens, nem mentiras, nem assassinatos, nem qualquer espécie de lascívia e certamente não poderia haver povo mais feliz entre todos os povos criados pela mão de Deus.

Não havia ladrões, nem assassinos, nem havia Lamanitas, nem qualquer espécie de itas, mas eram um, os filhos de Cristo e herdeiros do reino de Deus.

Esta é uma fotografia do que pode suceder quando nós vivemos com mais fé, com mais bondade, quando somos melhores vizinhos, mais fieis mais serenos, mais abençoados pelas nossas crenças, aconteceu então e pode voltar a acontecer e eu sei que pode voltar a acontecer quando vivemos de acordo com preceitos porque fomos ensinados.

É o meu privilégio agora de oferecer uma oração e uma bênção de dedicação, neste momento de abertura de terra, no lugar do Presidente Monson, da Primeira Presidência e do Quorum dos Doze Apóstolos que enviam o seu amor e a sua bênção sobre todos os que aqui estão e eu vou agora oferecer essa oração.

Elder Patrick Kearon

Presidente da Área Europa de AIJCSUD

Notas:
Discurso proferido em língua inglesa, no sábado 5 de Dezembro de 2015, no Parque das Nações, em Lisboa.
Para os que estavam a assistir em direto no local do evento, coube a um intérprete local fazer a tradução para português.
Para os que escutavam e ouviam via internet e televisão satélite, a voz do intérprete era a de Luís Câmara Manoel, o setubalense que a partir de Salt Lake City, é responsável pela equipa de interpretação para a europeia língua portuguesa.
Em poucos segundos o sinal de fibra ótica ia de Lisboa a Salt Lake City e retornava para os recetores de todo o mundo.
A passagem do audio para atual texto escrito é de minha responsabilidade.
Rui Canas Gaspar

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